Apresentação

O Ciclo de conversas Artistas na Fábrica, sempre iniciado por uma visita orientada por uma das curadoras da exposição, surge no contexto da exposição ARTISTAS NA FÁBRICA, inaugurada em junho de 2024, resultado do trabalho de investigação realizado para a mesma. A mostra que reúne um conjunto de obras plásticas de Tereza Arriaga (1915-2013) e de Jorge de Oliveira (1924-2012) realizadas no ano de 1945, respetivamente na Nacional Fábrica de Vidros da Marinha Grande e na Empreza de Cimentos de Leiria, na Maceira-Liz. Tereza e Jorge, então em começo de carreira, e estavam ambos estavam empenhados em fazer arte social, centrada na denúncia das condições de vida do povo, tal como faziam escritores e poetas há época, com maior distância, os artistas sul-americanos, brasileiros e mexicanos cuja arte muralista especialmente lhes interessava. Estas obras, e as suas específicas condições de produção, são um dos episódios mais interessantes, em grande parte inédito, do movimento neorrealista nas artes plásticas em Portugal que, exatamente nesse ano, Júlio Pomar e Manuel Filipe (1908-2002) discutiam, a propósito dos Desenhos Negros deste último, realizados e pela primeira vez expostos em Leiria. Tudo isto ocorre na região de Leiria, onde há então uma considerável atividade cultural, frequentemente com intenção política oposicionista, que continua e potencia dinâmicas das gerações anteriores. O ano de 1945 marca também o fim da Segunda Guerra Mundial e abre, brevemente, em Portugal, a imensa esperança da queda da ditadura de Salazar e do triunfo de um mundo mais justo e mais fraterno. Embora centrada na excelência de um conjunto de obras plásticas, esta não é uma exposição de arte. Coerentemente com os ideais dos seus autores, a exposição evoca, com documentação diversificada, a História e histórias associadas, e o contexto repressivo em que os artistas e a gente de cultura trabalhavam. O Ciclo de Conversas Artistas na Fábrica pretende aprofundar diversas temáticas que são afloradas na exposição, relacionadas com o contexto social, económico e artístico da região e do país. Através da visita orientada pelas curadoras da exposição, e as apresentações a realizar nas conversas pelos convidados, serão abordados alguns temas em linha com Estratégia Nacional da Educação para a Cidadania: Direitos Humanos e Mundo do trabalho (civis e sociais), Igualdade de Género, Direitos Humanos (sociais e políticos), Média, entre outros. As competências que esta formação oferece permitirão ao docente explorar outros temas a partir do currículo nacional/aprendizagens essenciais como Física, Química, Educação Visual, História, Geografia e Ciências Naturais, Português e língua estrangeira, entre outras, assinalando a sua relação com as aprendizagens essenciais e a importância que os museus podem ter em contexto escolar, na construção de uma consciência cívica mais humanista, e na valorização de uma identidade coletiva com o território, sua cultura e a grande diversidade de cidadãos. As temáticas como as do bem-estar e saúde mental, assim como a relação emocional das crianças face às obras apresentadas também poderão ser trabalhadas, assim como a importância de estimular o raciocínio e o pensamento critico, de promover a empatia, de desenvolver competências de interpretação artística, de desenvolver competências na área das expressões (desenho).

Destinatários

Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico, Secundário e Professores de Educação Especial

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico, Secundário e Professores de Educação Especial. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.

Objetivos

- Explorar o contexto em que três artistas se juntaram em Leiria/Marinha Grande e criaram um conjunto extraordinário de obras do neorrealismo em Portugal e os vários contextos em que desenvolveram a sua atividade artística, mas também cívica e pessoal. - Explorar a dinâmica cultural, associativa e oposicionista que várias individualidades e entidades desenvolveram nesta época em Leiria, e sua relação com o contexto nacional; - Proporcionar o aprofundamento de conhecimentos que permitam aos professores ganhar competências para explorar outros temas a partir do currículo nacional/aprendizagens essenciais como Física, Química, Educação Visual, História, Geografia e Ciências Naturais, Português e língua estrangeira, entre outras, com vista à valorização de uma identidade coletiva com o território, sua cultura e a grande diversidade de cidadãos.

Conteúdos

1. As Artes Plásticas - Raquel Henriques da Silva - Historiadora de Arte e Curadora da Exposição; 2. Música na Ilustrada Leiria dos anos 40 - António Moreira de Figueiredo - Arquiteto, comissário das exposições do 70.º e do 75.º aniversário do Orfeão de Leiria; 3. O teatro dos anos 40, em Leiria, como fermento para as décadas seguintes - Carlos Fernandes - Eng. Agrónomo. Publicista e investigador. Editor; 4. Leiria hoje: O setor cultural e criativo - Anabela Graça - Vereadora da Cultura do Município de Leiria; Moderação: Emilia Margarida Marques - Antropóloga, Investigadora e Curadora da Exposição;

Metodologias

Sessão teórico-prática.

Modelo

Certificação condicionada à frequência da totalidade da formação. Questionário de satisfação online.

Anexo(s)

Cartaz do evento

Observações

Formadores: Emília Margarida Marques, Raquel Henriques da Silva, António Moreira de Figueiredo, Carlos Fernandes e Anabela Graça

Cronograma